Na rua

Ontem e a Helena fomos atá a quadra do final da rua gastar uma caixa de giz em criatividade. Fizemos vários desenhos, pulamos amarelinha, caracol, e, "só com isso", já nos divertimos á beça (há, inclusive, fotos que documentam). Depois que já tínhamos riscado bastante, um grupo de crianças chegou à quadra com uma bola de futebol. Até perguntei se eles não queriam que nós saíssemos para que eles pudessem jogar na quadra toda, mas eles, ainda tímidos, falaram que se contentavam com metade do "campo". Depois da Helena ir, por muitas vezes assistir eles bem de pertinho, desviando de várias boladas, um deles chegou até mim e disse: - Vocês querem jogar com a gente? Vocês, no caso, era eu e a Helena, que, é claro, topamos de prontidão. Eu fui escalada para ficar no gol, para o azar do meu time. A Helena era um misto de café-com-leite com obstáculo do gramado. Ela se contentava em correr de um lado pro outro e, vez ou outra falava com a caixa de giz na mão: - Agora vamos brincar de desenhar mais um pouco? Esse pedido dela foi atendido depois de algum tempo. Quando falei que ia deixar meu posto de goleira pra desenhar com a Helena, ela convidou todos pra desenharem. Rolou até competição de desenho, depois todos na amarelinha. Todos riram e se divertiram às pampas. Brincar na rua é uma das coisas que, a meu ver, nos deixa mais rico. 

Passarinha

"Todos estes que aí estão atravancando meu caminho, eles passarão... Eu passarinho."

Mário Quintana

Sete coisas que nem todo mundo sabe sobre a Helena

A mãe da Helena ficou muito tempo sem atualizar esse amado blog, tanto que a última postagem foi ainda no saudoso ano de 2009. De lá pra cá a Helena cresceu, fixou-se em Tróia e se casou com a mamãe e o papai (e quem duvidar, pode perguntar para ela). Mas a heroína continua cheia de particularidades. Eis aqui 7 delas.

A Helena tem medo de palhaços, mas, ao mesmo tempo, também gosta deles. É tudo uma questão de ponto de vista e distância. Gosta de palhaço? sim, contanto que estejam longe.

Antes de completar 3 anos, a pequena já descobriu o prazer da dança. Ela diz ser bailarina e comemora que, após o seu aniversário, já poderá ter idade para as classes de balé.

Desde muito neném, Helena sempre foi muito carinhosa, não só com as pessoas de casa, mas com todos os seus queridos. Quando chega a hora de dormir, ela gosta de fazer carinho no rosto da pessoa que está à niná-la. Quando acorda, a Helena vai chamar a mamãe ou papai e diz: - Oi. Eu acordei! - com um largo sorriso no rosto.

Para ela a convivência com os progenitores é de suma importância, quando os 3 estão à desfrutar de bons momentos ela fala, sempre sorrindo: a gente é família.

Como acontece no caso dos feijões mágicos, a intensa Helena também não para de crescer. A mamãe ficou toda orgulhosa quando ouviu da tia da escola que ela é a mais alta da turma.

Fazer bolinhas de sabão, brincar com massinha de modelar e areia estão entre suas brincadeiras favoritas, tudo que envolva muita bagunça, essas são as melhores.

Nena e os feijões mágicos.

Na minha infância o meu quarto era enorme, o meu médico era gigante e o natal, com meu pai fantasiado de papai noel, não chegava nunca. Meu quintal era uma quadra de volei quase olímpica, eu demorava mais de um dia para ler um livro do Ziraldo e sabia que estava perto do meu aniversário quando o pé do jardim começava a dar suculentos cajus.

Nesse tempo os pés de feijão que eu plantava demoravam dias a fio para brotarem. Hoje, minha filha traz sementes de feijão que no fim do dia já se transformam em brotos, na manhã seguinte, folhas e no fim desse dia o pé de feijão já passa a borda do copo.

Sem pensar na tristeza da vida adulta que faz o tempo passar depressa penso que minha filha que faz toda a mágica, ela que me faz ser a melhor modeladora de massinha, ela que me faz ser a Margarida, ela que me faz saber cozinhar. É ela também que faz os feijões crescerem, ela é mágica, é colorida.

Roubo até um trecho do Jorge Ben para dedicar à ela: "Você é linda, é quase colorida. Você, amor, é o amor da minha vida".

Continue a nadar, continue a nadar

http://www.youtube.com/watch?v=_5Xe3Qy7eqo

No dia mais quente de todos, Helena ganhou de presente uma piscina só pra ela e muito tempo de diversão com a vovó e o vovô. E adorou. Mas também , como bem disse o papai, "filha de peixes, peixinha é."

Enquanto tudo isso acontecia, em um lugar não muito distante, a mamãe morria de saudades da criança. E quando chegou à noitinha, para embalar o sono da pequena cantou "Quem te ensinou a nadar? Quem te ensinou a nadar?/ Foi, foi marinheiro, foi o peixinho do mar ".

"Every time she blinks, She strikes somebody blind

Every time she thinks, Blows her tiny mind

That's my daughter in the water, Who'd've ever thought her

Who'd've ever thought

That's my daughter in the water, I lost everytime I faught her

Yeah I lost everytime"

(Loudon Wainwright III - Daughter)

Chego a mudar de calçada quando aparece uma flor...

A gatinha engatinha. Leva tombos ainda, mas engatinha.

A Cantora Rouca

Dois dias antes de completar sete meses, Helena foi vacinar e ganhou de presente febres, reclamações e tosses. A tosse desenvolveu um pouco e virou uma laringite, o que deixou a pequena completamente afônica. Agora está quase tudo ok, a neneca só está um pouquinho rouca, mas isso não a impede de cantar.

Aos 5 meses de idade da pequena, a mamãe tinha comemorado que a pequena tinha finalmente aprendido a chupar o dedo certo, mal sabia ela, que o dedo certo só seria descoberto dois meses depois.