segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Nena e os feijões mágicos.

Na minha infância o meu quarto era enorme, o meu médico era gigante e o natal, com meu pai fantasiado de papai noel, não chegava nunca. Meu quintal era uma quadra de volei quase olímpica, eu demorava mais de um dia para ler um livro do Ziraldo e sabia que estava perto do meu aniversário quando o pé do jardim começava a dar suculentos cajus.

Nesse tempo os pés de feijão que eu plantava demoravam dias a fio para brotarem. Hoje, minha filha traz sementes de feijão que no fim do dia já se transformam em brotos, na manhã seguinte, folhas e no fim desse dia o pé de feijão já passa a borda do copo.

Sem pensar na tristeza da vida adulta que faz o tempo passar depressa penso que minha filha que faz toda a mágica, ela que me faz ser a melhor modeladora de massinha, ela que me faz ser a Margarida, ela que me faz saber cozinhar. É ela também que faz os feijões crescerem, ela é mágica, é colorida.

Roubo até um trecho do Jorge Ben para dedicar à ela: "Você é linda, é quase colorida. Você, amor, é o amor da minha vida".